Como Escolher a sua Residência Médica?
Entenda o que deve levar em consideração na hora de se especializar e como escolher a sua residência médica.
A medicina é uma área bastante abrangente e que tem várias ramificações a serem exploradas.
Um médico pode atuar em diversas especialidades, desde que ele tenha cursado a residência específica para tal, mas antes ele precisa saber como escolher a sua residência médica.
Escolher uma especialidade não é uma tarefa fácil, visto que há uma grande variação de opções.
Para os médicos, essa dúvida é algo que faz parte do cotidiano, até mesmo na hora de participar do processo seletivo ela acaba aparecendo.
Ter certeza do que quer é uma vantagem para muitos, mas há outros que se esforçam bastante para entender a especialidade que pretendem atuar.
Neste caso, é importante explorar matérias que despertaram maior interesse, aquelas que houveram mais identificação ou até as que o desempenho foi positivo, isso durante a universidade.
Como generalista, os médicos também acabam esbarando em algumas áreas, já que os quadros clínicos que atendem diariamente são bastante variados.
Esses quadros podem ajudar na escolha da especialidade, até porque alguns casos acabam chamando mais atenção do que outros.
Se você tem dúvidas em que tipo de especialidade aprimorar seus conhecimentos, para se tornar um médico especialista, nós vamos abordar nesse artigo algumas coisas que podem te ajudar a tomar essa decisão.
De antemão adianto que não é algo fácil, mesmo que a decisão final seja sua.
Mesmo assim, abordaremos alguns pontos que serão benéficos a sua escolha, orientando e dando um norte para que você tome a decisão corretamente.
Para começar, porque não entendemos melhor como funcionam os programas de residência, para caso você não conheça bem o processo, esteja melhor preparado para quando for disputar uma vaga na instituição desejada.
PROCESSO DE SELEÇÃO
Todo médico que deseja se especializar em uma área da saúde precisa passar por um processo seletivo.
Ele é regulamentado, assim como o programa como um todo, pela Comissão Nacional de Residência Médica que, junto ao Ministério da Educação (MEC), fica responsável por organizar as regras do programa e fiscalizar seu cumprimento.
Esse processo é divido em três etapas, onde há um exame teórico e prático, a analise curricular e uma entrevista pessoal.
O modelo foi instituído em 1977, quando a Comissão foi criada e sofreu algumas mudanças.
Por exemplo, a prova prática não é obrigatória por conta de uma resolução aplicada em 2004.
Neste caso, a CNRM decidiu que ficava a critério das instituições a aplicação da prova prática, não sendo algo obrigatório.
Quando aplicado, o exame prático costuma ter de 40% a 50% de peso na nota, o mesmo vale para a parte teórica.
No total, as duas provas juntas devem representar 90% da nota final e o restante fica dividido entre a análise curricular e a entrevista.
Por conta de todo esse conteúdo, os candidatos se dedicam arduamente para ter um bom desempenho, iniciando a preparação até mesmo na época da faculdade.
Para muitos, o processo de seleção para os programas de residência é considerado um segundo vestibular, já que apresenta concorrência acirrada e tem um grau de dificuldade bem próximo.
MUITAS POSSIBILIDADES
Para começar o processo de escolha, você precisa entender a quão ampla é a saúde.
São muitas áreas de estudo na medicina, algumas mais populares e outras nem tanto.
Até o próprio concurso costuma trabalhar algumas áreas, onde há cinco grandes especialidades que são norteadas como as mais populares da medicina.
Neste caso, você já deve ter identificado entre elas a pediatria, ginecologia e obstetrícia, clínica médica, cirurgia geral e medicina social, também chamada de medicina da família e comunidade.
São essas as áreas de maior prestigio e destaque dentro da medicina, ou seja, há muito mais profissionais atuando como especialistas a essas áreas.
Entretanto, não são apenas elas que cobrem a saúde humana. Há outras inúmeras áreas, algumas dentro dessas cincos, para serem exploradas.
A medicina é uma profissão muito ampla, possibilitando que os médicos atuem em muitas especialidades. Ela compreende a psiquiatria, geriatria, ortopedia, oftalmologia e por aí vai.
Até mesmo o que você pensa que não tem especialidade, tem alguma área que cuida e que você pode se tornar um médico especialista.
Isso acaba dificultando ainda mais a escolha dos profissionais, que se veem em meio de muitas possibilidades a serem escolhidas. O ideal, para isso, é sempre ir listando e eliminando alguns itens, que já facilita todo o trabalho.
POR ONDE COMEÇAR E COMO ESCOLHER A SUA RESIDÊNCIA MÉDICA
Durante a faculdade ou até mesmo fora dela, acabamos nos identificando por algo.
Pense em como você teve afinidade com a medicina e entenderá do que estou falando.
Nos estudos, alguma especialidade acabou te chamando mais atenção do que outras.
Em alguns casos você se saiu melhor em algumas matérias, mesmo aquelas que não eram tão interessantes na sua percepção.
No geral, houve uma identificação, mesmo que indireta, com aquela área. Sabendo disso, fica mais fácil para ter uma escolha, embora não seja o único passo.
Você pode utilizar essas especialidades com qual se identifica para ter uma lista de opções. A partir daí, já é possível selecionar aquelas que você tem maior interesse, por exemplo.
Quando paramos para escolher algo, é ideal ir vendo as vantagens e desvantagens daquilo, buscando outros pontos de vista, conhecendo o trabalho a fundo e muito mais.
Tudo isso serve para que você comprove se essa identificação natural, é algo com que deseja trabalhar no futuro. Nem sempre aquilo que achamos ideal na profissão, é o que queremos realmente praticar como profissional.
As vezes achamos algo interessante, mas não a ponto de exercer aquela função, por isso esse conhecimento mais amplo é tão importante.
PERFIL DO PACIENTE
O tipo de paciente que você irá atender muda conforme a especialidade.
Como exemplo temos os pacientes da oncologia, com um perfil mais resignado e que tende a aceitar com mais facilidade as condutas médicas e os tratamentos aplicados, levando em consideração o quadro clínico que estão passando.
Esse é um tipo de perfil, mas quando você for lidar com um paciente que procurar por uma cirurgia plástica ou um tratamento dermatológico, ele se apresentará muito mais exigente e até mesmo questionador.
Na pediatria, que o médico lida muito mais com os pais do que a própria criança, que está lá para ser tratada em uma visão geral. Os pais costumam ser mais ansiosos em relação ao tratamento do filho, o que pode ser algo positivo como também negativo.
No geral as reações são bem diversas. Quando pensar na especialidade, pense no tipo de doença que você irá trabalhar. Elas podem apresentar um quadro incurável, crônico e por aí, mas que tem influência no tipo de paciente e o perfil que ele apresentará a você.
LADO FINANCEIRO
A média de remuneração de uma especialidade a outra muda bastante, mesmo não havendo dados precisos para ilustrar isso.
Em alguns casos, a remuneração inicial pode ser maior, mas tem uma menor variabilidade no decorrer da carreira, como acontece com os médicos que trabalham com a radiologia.
Por outro lado, há especialidades que tem um salário pouco atrativo inicialmente, porém apresentam possibilidades de agregar um valor maior na construção da imagem daquele médico.
Isso é bastante presente nas especialidades cirúrgicas, que projetam grande possibilidade de crescimento do profissional em cima de seu nome.
Mas, não entre na neura que a especialidade é que te trará sucesso financeiro, porque independente do que você escolher, a ascensão vem do trabalho e da educação financeira – onde você gasta menos do que ganha, basicamente.
A remuneração é só um fator, entre muitos que podem ser usados para escolher a especialidade.
Mas o que realmente te leva a ter sucesso é o crescimento profissional, que acontece na maioria das vezes com maior facilidade, quando fazemos aquilo que gostamos e nos deixa satisfeito.
SUA MORADIA INFLUENCIA NO COMO ESCOLHER A SUA RESIDÊNCIA MÉDICA
Você já parou para pensar na quantidade de pediatras que tem espelhados por aí? Não é à toa que a área é uma das cinco grandes da medicina e, por consequência, uma das mais buscas em relação a especialização.
O que quero que você entenda é que, em uma cidade grande, talvez você não tenha destaque como pediatra, ao contrário de um município pequeno e com opções menores em relação a clinicas – a concorrência costuma ser menor.
A moradia é um fator influente para a escolha da residência médica.
Um bom exemplo, além da pediatria, é que não tem como se especializar em medicina nuclear para trabalhar em uma cidade com cerca de vinte mil habitantes.
Dificilmente você se deparará com casos desse tipo. Na hora da escolha, reflita sobre o tipo de cidade que pretende morar e onde está situado hoje, caso queira manter a moradia, por exemplo. A área tem que ter relação com o lugar onde você reside.
O QUE GOSTOU DE ESTUDAR?
A maioria dos estudantes de medicina acabam escolhendo o curso de residência baseado nessa variável, mas é preciso ter atenção.
Ela é o caminho mais fácil, mas também o mais traiçoeiro. Não necessariamente o que você gosta de estudar na faculdade, tem ligação com o seu cotidiano profissional. Tente não aplicar aquele pensamento de que gosto disso, logo serei isso, não é assim que as coisas funcionam.
De fato, gostar de estudar algo já é um passo a ser aproveitado, mas, no geral, acabamos tendo uma afinidade maior com aquilo porque entendemos o que está sendo apresentado, o que leva a manter uma dedicação maior para aquela matéria.
O gostar de estudar pode não ter ligação com a rotina, então é isso que você deve pensar. A área que tem identificação deve casar com o que você pretende em relação a especialidade. As vezes a rotina é pesada e você quer ter uma vida menos corrida.
ROTINA DA ESPECIALIDADE
Em geral, a medicina é uma profissão que tem uma rotina intensa.
Muitos médicos não param e se dividem entrem plantões, na maioria dos casos emendando um ao outro. Mas, há especialidades que permitem uma folguinha, onde o médico consegue ter seu próprio consultório, por exemplo, fazendo seus próprios horários, é vantajoso.
Você deve analisar esse ponto também: a rotina que a especialidade oferece. Se busca algo mais intenso e corrido, veja as áreas que proporcionam isso. O mesmo vale a uma especialidade mais calma.
PATERNIDADE
Se você tem o desejo de construir uma família, deve procurar uma especialidade que proporcione isso, como aquelas que apresentam uma maior flexibilidade nos horários, por exemplo.
Sendo assim, pense sempre em qual especialidade facilita e qual dificulta esse desejo, levando em consideração o desempenho na paternidade e no lado profissional.
Ter um filho, principalmente para as mulheres, acaba exigindo do profissional que exerça duas funções. A de pai e a de fazer residência, que o ponto inicial para se tornar um especialista.
A residência por si só pode dificultar os planos da paternidade, visto que o salário abaixa durante o curso e te fará se desdobrar para conseguir arcar com suas responsabilidades, principalmente as financeiras.
Quer mesmo construir uma família? Então escolha uma especialidade que possibilite essa conciliação de tempo, visto que alguns programas se encaixam muito melhor do que outros neste caso.
QUER RECONHECIMENTO PROFISSIONAL
Na medicina podemos considerar que há especialidades que acabam se destacando e outras que são essenciais, mas atuam apenas nos bastidores, como acontece com a radiologia e patologia.
O que quero dizer é que os pacientes se lembram do obstetra que realiza o parto ou de um neurocirurgião, mas são poucos os que se lembram do anestesista, que possibilitou que a cirurgia fosse realizada, ou do radiologista, que descobriu que você estava gravida na ultrassonografia.
Ter esse reconhecimento é algo que você deseja e em qual grau? Faça essa pergunta quando esbarrar de escolher uma especialidade.
A INSTITUIÇÃO
A escolha da especialidade também tem uma ligação direta com a instituição, não só pela qualidade no ensino.
Dependendo da especialidade, será necessário um grande centro para o aprendizado, como é o caso da cirurgia cardíaca.
Em outras, não existe essa necessidade, visto que é possível ter uma boa formação em instituições menores, um bom exemplo é a clínica médica.
Tudo que a instituição pode oferecer em relação a estrutura, corpo docentes, material para estudo e outros fatores, deve ser levantado e ver se casa com o tipo de especialidade que você pretende cursar.
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