Especialidade médica em radioterapia, conheça mais sobre!
A especialidade médica em radioterapia, ou radio-oncologia, como também é conhecida, usa a radiação ionizante para o tratamento de pacientes com câncer e também neoplasias benignas.
Um dos princípios da radioterapia é depositar a radiação com precisão nos tecidos-alvos, mas minimizando o dano aos tecidos normais próximos.
Quer saber mais sobre a especialidade? Continue lendo esse artigo!
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O que é a especialidade médica em radioterapia?
Em primeiro lugar, a especialidade médica em radioterapia é relativamente nova, tendo em vista as outras especialidades que são relatadas há milhares de anos.
Sua história começou em 1895, com o início dos estudos sobre radiação e materiais radioativos.
O papel da radiografia com um potencial de para tratamento foi percebido com rapidez, visto que a primeira radiografia diagnóstica foi realizada após dois meses de sua descoberta.
No Brasil, a história da radio-oncologia se cruza com a da oncologia no país. Seis anos após a descoberta dos raios-X por Roentgen, Dr. Becker Pinto foi um dos pioneiros no nosso país, com um tratamento de tumor de pele com um aparelho de raios-X, no Rio Grande do Sul.
Apesar de ser fundamental para o cuidado multidisciplinar de pacientes com câncer, a especialidade médica em radioterapia, entretanto, é pouco abordada nas faculdades de medicina do país.
Dessa forma, é uma especialidade desconhecida por grande parte dos estudantes de medicina e até mesmo por alguns médicos.
Modalidades de especialidade médica em radioterapia
Com o avanço e surgimento das bombas de telecobalto e aceleradores lineares e aplicação à distância, a radioterapia deixou de ter contato com exposição direta e, então, deu origem a braquiterapia e teleterapia.
Braquiterapia
A Braquiterapia é a aplicação do material radioativo em contato próximo ao tumor. Esse procedimento é realizado por meio de implantes de cateteres ou inserções de aplicadores que servem de condutor para a fonte de radiação.
Essa modalidade é a que menos atinge os tecidos saudáveis adjacentes, uma vez que a distância de atuação é reduzida, sendo adequada para o tratamento de lesões focais ou em complementos de dose.
Entretanto, o lado negativo da Braquiterapia é porque se trata de um procedimento invasivo, dificuldade sua realização. A braquiterapia é parte importante no tratamento dos cânceres de colo uterino, endométrio e de próstata.
Teleterapia
- Radioterapia Convencional – 2D
Modalidade mais utilizada no Brasil, devido à baixa tecnologia do país, o tratamento é planejado com radiografia convencional, baseado em topografias anatômicas ósseas. - Radioterapia Conformacional – 3D
É a modalidade de radioterapia no qual a elaboração é feita por meio de imagens digitais captadas por tomografias computadorizadas. Com essa modalidade, é possível, então, visualizar e delinear as estruturas a serem tratadas e quais órgãos devem ser poupados. - Radioterapia Conformacional com Intensidade Modulada – IMRT
Essa modalidade é um avanço sobre a radioterapia 3D. Dessa forma, ela utiliza algoritmos computadorizados para manipular os feixes de radiação e ter mais precisão no alvo. - Radioterapia Guiada Por Imagem – IGRT
O tratamento de radioterapia guiada por imagem utiliza várias técnicas de imagens para verificar e corrigir o posicionamento do paciente e do tumor - Radioterapia Estereotática Ablativa/ Radiocirurgia (SBRT/SABR/SRS)
Essa técnica é utilizada para tratamento de tumores intracranianos malignos e benignos, mal-formações arteriovenosas e outras anormalidades encefálicas, porque a precisão da Radioterapia Estereotática Ablativa permite que ela seja aplicada em poucas aplicações com mínimo de dados aos tecidos saudáveis.
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Como é o dia a dia especialista em radioterapia?
É comum se pensar que a radioterapia é uma especialidade que não tem contato com os pacientes. Entretanto, o radio-oncologista é responsável por consultas ambulatoriais, consultas de acompanhamento durante e após o tratamento.
Dessa forma, há um contato diário com pacientes, visto que muitos possuem dúvidas, angústias e queixas relacionadas ao tratamento. O especialista acompanha, na maioria das vezes, semanalmente os pacientes. Portanto, isso resulta em muitas consultas diárias.
Na maioria do tempo, o rádio-oncologista fica no atendimento aos pacientes em ambulatórios ou em internação hospitalar. Quando o profissional não está em atendimento, ele encontra-se em planejamentos de tratamentos radioterápicos, avaliando imagens de pacientes em tratamento ou acompanhamento.
Normalmente, os contratos de trabalho são de 20 ou 40 horas semanais, sendo comum em alguns serviços privados a contratação do médico por Pessoa Jurídica, com salário baseado em um valor fixo adicionado a um valor variável relacionado à produção.
Mercado de trabalho para especialidade médica em radioterapia
Por ser uma especialidade que demanda uma estrutura complexa para os tratamentos e manutenção com custos altíssimos, o médico rádio-oncologista torna-se, inicialmente, muito dependente de clínicas e hospitais que possuem serviço.
Portanto, o mercado de trabalho em radioterapia é variável. Há momentos, então, que possuem muitas vagas disponibilizadas e retração.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBR), atualmente o Brasil possui cerca de 600 especialistas. Entretanto, a proporção de especialistas no Brasil é muito abaixo da média mundial, uma vez que, usando por base os Estados Unidos que tem 1:100.000 habitantes, o Brasil possui 0,25 por 100.000 habitantes.
Aproveite e veja também um vídeo sobre a escolha da especialidade médica:
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