Oftalmologia: Cresce número de casos de cegueira na pandemia!
Você sabia que estima-se que a cegueira, ligada a doenças da área de Oftalmologia, afete 39 milhões de pessoas em todo o mundo e que 246 milhões sofram de perda moderada ou severa da visão. (Fonte: Academia Brasileira de Ciências)
No Brasil, baseado em índices do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), acredita-se que 1.577.016 de indivíduos sejam cegos, o equivalente a 0,75% da população nacional.
E quase 30 milhões de pessoas tenham algum grau de deficiência visual, tornando-se um grande problema de saúde pública.
Em tempos de pandemia, o número de cegos cresceu, pois muitos pacientes estão com medo de ir aos hospitais e seguir com os tratamentos necessários.
Se quer saber mais sobre o assunto, continue lendo este artigo!
Principais causas da cegueira
As cegueiras de causas reversíveis são os erros refracionais (não usar óculos) e catarata. No caso da catarata, com óculos novos ou uma cirurgia, o paciente tem, portanto, sua visão restaurada.
Cegueiras irreversíveis
Dessa forma, o problema são as cegueiras irreversíveis: lideradas pelo glaucoma, doença macular relacionada à idade (DMRI) e a retinopatia diabética.
Essas necessitam, portanto, de diagnóstico rápido e correto pelo oftalmologista, e tratamento adequado quando diagnosticadas.
Porém, o tratamento é caro e pouco disponível no Serviço Público de Saúde (SUS).
Mais de 90% das pessoas com deficiência visual no mundo vivem em países pobres ou em desenvolvimento como o Brasil.
Estudos ainda indicam consistentemente que as mulheres, em todas as idades, têm um risco significantemente maior de deficiência visual do que os homens.
Principalmente por causa de sua expectativa de vida maior e, nas sociedades mais pobres, por causa de sua falta de acesso aos serviços de saúde.
Por isso, é fundamental procurar um oftalmologista ao primeiro sinal de baixa visão, ou até mesmo um especialista em retina se já tiver com algum tipo das doenças relacionadas em nosso estudo.
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Aumento de casos de cegueira na pandemia
“Muitos pacientes, que em sua maioria são idosos, estão com medo de ir aos consultórios e clínicas oftalmológicas para serem tratados dos olhos. ” ( Thiago Cabral – Oftalmologista e pesquisador)
Os tratamentos disponíveis hoje para os casos de DMRI (doença degenerativa da área central da retina), retinopatia diabética e trombose da retina não são eficazes ou amplamente disponíveis.
E muitos pacientes caminham a passos largos para a cegueira mesmo tratando adequadamente.
Além de terem que ser aplicados todos os meses. Isso atualmente está sendo um sério problema de saúde pública com a pandemia da Covid-19.
Muitos pacientes, que em sua maioria são idosos, estão com medo de ir aos consultórios e clínicas oftalmológicas para serem tratados dos olhos.
Todos têm medo de pegar o coronavírus ao sair de casa, e muitos deles estão ficando cegos pela ausência da medicação adequada dentro do olho.
Novo estudo para cegueira
Com intuito de diminuir os casos de cegueira, o doutor Thiago Cabral, que é professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e pesquisador Escola Paulista de Medicina, da Unifesp, desenvolveu o estudo “Angiogênese da retina e coroide: biomarcadores e engenharia genética”.
O estudo se torna um enorme passo para o diagnóstico e novos tratamentos nas doenças da retina, responsáveis por grande parte da cegueira atualmente.
O pesquisador liderou o grupo que reúne médicos da Ufes, da Federal de São Paulo e da Columbia University sobre avanços para o tratamento da principal doença oftalmológica relacionada à perda da visão em adultos maiores de 55 anos: a Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI).
O grupo estudou moléculas pró e antiangiogênica que podem contribuir para vascularização ocular e a aplicação dos sistemas CRISPR-Cas para edição do genoma, também conhecida como “cirurgia genômica” no campo da oftalmologia.
Contribuição para diminuição da cegueira no mundo
“Se conseguirmos modificar adequadamente o DNA das células dos olhos, muitos tratamentos que são de aplicação frequente, poderão necessitar de apenas uma dose nos próximos anos” (Thiago Cabral – Oftalmologista e pesquisador)
Há dois grandes subgrupos de cegueiras, as reversíveis: como catarata, ausência de óculos e algumas deficiências vitamínicas, por exemplo.
Que corrigindo a causa, o indivíduo volta a enxergar normalmente.
Contudo as causas de cegueira irreversíveis são o grande problema em relação aos tratamentos disponíveis, que muitas vezes são inexistentes ou pouco eficazes.
O estudo do Dr. Thiago Cabral, e coautores são Luiz Guilherme Marchesi Mello e Júlia Polido, da Ufes e da Unifesp, ele avaliou principalmente as doenças da retina relacionadas com a idade (DMRI), com o diabetes (retinopatia diabética) e as doenças dos vasos sanguíneos do olho (trombose das veias da retina).
Doenças responsáveis pela maior parte dos indivíduos cegos irreversivelmente, junto com o glaucoma.
Com isso foi possível mostrar que há muito ainda a se descobrir sobre novos tratamentos, inclusive o uso de terapia genética e modificação no DNA podem ser novas frentes de cura.
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Premiação de Oftalmologia: enorme passo no tratamento de doenças de retina
O estudo “Angiogênese da retina e coroide: biomarcadores e engenharia genética”, portanto, foi o grande vencedor do Prêmio da Academia Nacional de Medicina 2020, anunciado semana passada. Os coautores são Luiz Guilherme Marchesi Mello e Júlia Polido, da Ufes e da Unifesp.
O pesquisador liderou o grupo que reúne médicos da Ufes, da Federal de São Paulo e da Columbia University sobre avanços para o tratamento da principal doença oftalmológica relacionada, então, à perda da visão em adultos maiores de 55 anos: a Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI).
O grupo estudou moléculas pró e antiangiogênica que podem contribuir para vascularização ocular e a aplicação dos sistemas CRISPR-Cas para edição do genoma, também conhecida como “cirurgia genômica” no campo da oftalmologia.
No estudo, foram avaliados mais ou menos 42 moléculas relacionadas a formação de vasos sanguíneos dentro do olho, e suas correlações entre si.
Dessa forma, foi percebido que no olho, há uma “sopa” de fatores inflamatórios e de formação de vasos sanguíneos normais que interagem, portanto, para a manutenção da visão normal.
Entretanto, quando há um desequilíbrio nessas substâncias, os vasos que levam sangue à parte nobre do olho (retina – são neurônios) se inflamam e adoecem, levando à perda visual e muitas vezes à cegueira irreversível.
Dessa forma, muitas dessas moléculas estudadas estão já em linha de produção em grandes laboratórios do mundo.
Além desses fatores relacionados com a química dos vasos do olho, foi proposto usar engenharia genética para tratamentos mais eficazes e duradouros para as doenças oculares.
O objetivo é que novos alvos de tratamento sejam encontrados. Afinal, atualmente, os tratamentos oculares para essas doenças estão focados apenas em uma molécula chamada VEGF (sigla em inglês para “fator de crescimento vascular endotelial”).
E o efeito das medicações é temporário, muitas vezes são realizados mensalmente e para o resto da vida do doente.
Sobretudo, se for possível modificar adequadamente o DNA das células dos olhos, muitos tratamentos que são de aplicação frequente, poderão, então, necessitar de apenas uma dose nos próximos anos.
Especialidade médica em Oftalmologia
A Oftalmologia é uma especialidade da medicina responsável por estudar e promover o tratamento de doenças que afetam a visão, a saúde dos olhos e as estruturas próximas.
Diante disso, diferentemente dos oculistas, os oftalmologistas são médicos que podem ter atuação tanto clínica como cirúrgica.
Sobretudo, por meio de diversas técnicas de exame, como a avaliação da acuidade visual, o grau dos óculos e o estado de saúde dos olhos com microscópios oculares e modernos aparelhos.
Os oftalmologistas são capazes de diagnosticar doenças como:
- glaucoma
- catarata
- retinopatias
- doenças do nervo óptico.
Desta forma, podem identificar as diferentes causas de redução visual ou de outros sintomas oculares, e propor os melhores tratamentos clínicos ou cirúrgicos atualmente disponíveis.
Mercado de trabalho e remuneração
A Oftalmologia é uma especialidade clínico-cirúrgica e conta com 13.825 médicos titulados na área, de acordo com o estudo Demografia Médica Brasileira 2018.
Atualmente, o mercado de trabalho é considerado, portanto, restrito e competitivo, principalmente nas capitais brasileiras. Este especialista, portanto, encontrará possibilidade de trabalhos em clínicas particulares e também poderá fazer concursos públicos.
No caso dos estabelecimentos privados, geralmente é necessário possuir Pessoa Jurídica, já que a maioria, portanto, das clínicas solicita emissão de nota fiscal.
Este profissional também tem a possibilidade de abrir o próprio negócio, porém os equipamentos necessários são de alto custo e é preciso um planejamento rigoroso.
Atualmente, a média salarial de um Médico Oftalmologista é de R$ 5.088,12 para uma jornada de trabalho de 19 horas semanais, com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED).
Áreas de atuação
O campo de atuação profissional da Oftalmologia é, portanto, considerado um dos mais amplos da Medicina.
Este profissional atende todos os tipos de pacientes, independente do sexo ou idade, desde bebês prematuros até cadáveres. Ficou surpreso?
É isso mesmo. O Oftalmo é, portanto, o médico responsável pelo transporte de córneas quando uma pessoa doadora de órgãos falece.
Dessa forma, é ele também quem trata a retinopatia de prematuridade, um problema na retina que pode causar, portanto, alteração na visão e até cegueira em bebês nascidos prematuros. A maioria dos médicos Oftalmologistas, portanto, atua na área ambulatorial, tendo uma parcela dos profissionais que se especializa em casos cirúrgicos.
Se você ainda está em dúvida sobre a especialidade médica escolher, dá uma olhada neste vídeo:
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